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Ao contrário do que muitos pensam, a meditação não é uma forma de relaxamento. É uma atividade mental intensa que requer foco e concentração.
Alguns associam a meditação a uma ginástica cerebral que trabalha a compaixão, a concentração e a atenção plena (que, na verdade representa o ciclo da meditação), trazendo inúmeros benefícios às pessoas.
A descoberta desses benefícios proporcionados pela meditação coincide com as recentes confirmações da neurociência, onde foram constatadas transformações profundas no cérebro mais treinado, mesmo em idade adulta.
Várias universidades, entre elas a University of Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, realizaram pesquisas que tiveram duração aproximada de 15 anos, com a participação de monges, praticantes de budismo e iniciantes na meditação.
Entre os participantes da pesquisa da Universidade de Wisconsin, encontrava-se o cientista francês, e famoso monge budista, Matthieu Ricard, um dos confidentes de Dalai Lama, e que hoje dá palestras, transita em vários eventos, como por exemplo, o Fórum Econômico de Davos, e é autor de best-sellers que são traduzidos para o mundo todo.
Especificamente na cabeça do monge budista, para uma pesquisa foram colocados 256 sensores com o intuito de aferir a sua atividade neural através de um aparelho de ressonância magnética.
Durante essa pesquisa, na qual foi realizada enquanto Matthieu Ricard fazia uma meditação de compaixão, foi detectada uma produção anormal de ondas cerebrais gama*, muito superior quando comparada com a produção das pessoas iniciantes na técnica de meditação.
* ondas cerebrais gama – oscilações eletromagnéticas produzidas quando os neurônios trabalham de forma simultânea.
Em todas as pesquisas neurocientíficas já realizadas, nunca foi registrado uma medição tão alta e forte na produção das ondas gama. Os cientistas acreditam que essas ondas têm ligação direta com a percepção da consciência, a atenção, o aprendizado e a memória.
Ainda durante essa pesquisa, especificamente na avaliação do monge budista, foi detectada uma forte agitação neural no lobo frontal esquerdo, que, segundo os cientistas, possibilita a Matthieu Ricard uma condição privilegiada de vida, que faz com que ele não pense em infortúnios, e se sinta mais feliz do que a maioria da população.
Isso serve para mostrar o quão bom e útil é a meditação. Ela promove alterações espontâneas nos hábitos das pessoas, que passam a viver melhor consigo mesmas, emanando bondade e alegria.
E a tendência é só melhorar conforme o tempo. Em uma pesquisa realizada pelo Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo, meditadores mais experientes, que usam a prática há pelo menos três anos, mostram ser donos de cérebros mais eficientes, pois usam uma área menor do cérebro para realizar as mesmas atividades que os não meditadores.
O fato é que a meditação leva a atividade cerebral a níveis superiores, sendo capaz de potencializar o bem-estar, melhorar a saúde e trazer benefícios cognitivos e emocionais às pessoas.
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